Wednesday 2 May 2012

espéce quadragésima

Havia uma coisa que me estava a fazer muita espéce, mas entretanto cheguei aqui e esqueci-me. E isso provoca-me mesmo muita espéce. Outra coisa que me incomoda assaz, embora o meu intuito inicial não se resumisse a falar disso, é o facto de os computadores da sala de informática da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, sita junto à livraria in campus situ, Colibri, ou a internet, vá-se lá saber, não permitirem o acesso constante e sem falhas à rede social facebook. Sim, compreendo que devam julgar que o acesso a esse demónio da contra-produtividade deva ser restringido, mas há, realmente, pessoas que, como eu, não o usam propriamente como ferramenta de lazer e de recreio. Dá-me jeito usar o facebook para combinar coisas com colegas, para motivos profissionais (publicar e publicitar textos, meus ou de outrém, ensaios, poemas, contos, micro-ficções, etc.), receber notificações de eventos literários e outras coisas desses géneros. Se, no meio de tudo isto, converso com alguém, no chat, acreditem que é por mero acaso, e não sucede por aí além.

Claro que não sei se esta limitação de facebook é imposta pelos senhores do gabinete de informática, ou por infeliz excesso de acessos por PC na mesma sala a essa rede, e isso dificulte, de alguma forma, o funcionamento da mesma. Agora, que me faz espéce estar a acabar de publicar um artigo, uma nota ou um link para um poema/texto num blog, e de repente aquilo falhar e ter de repetir o processo ad eternum, na vaga esperança de, passadas muitas tentativas, dar para publicar, eh, pá... faz, faz muita espéce, sim.

Thursday 19 April 2012

espéce trigésima nona

Enquanto projecto eternamente procrastinado de filólogo, confesso que me provoca mesmo muita espéce quando, no século XXI, leio um qualquer autor contemporâneo que, num conto, num ensaio, num poema, num romance, se põe a usar palavras ridículas e desadequadas ao falar de um caralho. Porque ainda diz "vagina" e "seios" e "ancas", para as mulheres, mas não sabe dizer logo "caralho" ou "pila" ou, pelo menos, "pénis", para os homens... e, então, dou por mim a ler "órgão copulador masculino", em vez disso. Faz-me ainda mais impressão quando se trata de um autor de que estou a gostar, num livro de que estou a gostar, e de repente tenho de me deparar com o "órgão copulador masculino" e suas variadas variações.

Não percebo o pudor de linguagem de certas pessoas que escrevem, nos dias de hoje... sobretudo porque "órgão copulador masculino" pode não ser tão chocante como "caralho", em termos pragmáticos e semânticos, mas é-o bastante mais, em termos fonéticos, ortográficos e até estéticos.

N.B.: quando digo que "caralho" é mais estético que "órgão copulador masculino", refiro-me a "caralho" enquanto significante, não enquanto significado. Enquanto significado, fica à consideração de cada um, tendo em conta que é exactamente o mesmo - neste caso específico - que "órgão copulador masculino".

Friday 24 February 2012

espéce trigésima oitava

Muito mea culpa, esta espéce, mas tinha de ser. É a cena Harry Potter. Claro que, enquanto filólogo em formação (um filólogo está, como um ser humano, menos os com complexos ou manias, sempre em formação), entendo que a cultura é assim mesmo, e evolui. Mas, lá por causa disso, não deixo, eu próprio de ter os meus - muitos - complexos e manias, e há coisas que, ainda que aceites, não deixam de me causar uma urticária (imaginemos que tenho um desses) uterina.
O Harry Potter já ascendeu ao status de Bom. Já é um A-lister da cena geek e nerdy, da qual sempre fiz parte. Não me cabe a mim controlar isso, a(s) cultura(s) é(são) o que é(são), etc, mas, por amor da Santa... manquem-se: é mau. É muito mau. É uma espécie de Tolkien para bebés. Não passa disso. Os jovens hipsters de hoje, na sua absoluta crença de que estão a ser verdadeiros nerds, justificam o Harry Potter com o argumento "mas é uma coisa da minha infância!" Ok. Eu também não era nenhum mancebo graúdo quando li Harry Potter. Mas já naquela altura aquilo me pareceu mau.
Cresci noutra geração de geeks e nerds. Tudo bem. Mas porque é que as gerações anteriores à minha gostavam das mesmas coisas e até no que era mais kitsch era unânime a nossa predilecção e os nossos gostos? Quase já não dá para falar de Star Wars, pelo menos da primeira/última trilogia (episódios IV, V e VI), Star Trek, então, é impossível, embora eles gostem muito de fingir que conhecem o Spock e saibam fazer o cumprimento vulcano, Battlestar Galactica é totalmente desconhecido, para essa gente, alguns, raros, ainda se vão lembrando do filme do Stargate e da incrível série spin-off que foi Stargate SG-1, e nem vale a pena adiantar mais. Vou ficando bastante feliz que até na nova geração do que passa por geeks e nerds a saga do Twilight ainda (e reforço: ainda) é considerada má, mas não deixa de ser ridículo ver imagens virais e memes vários, por essa internet fora, onde Gandalf, na sua encarnação cinematográfica por Sir Ian McKellen, dá instruções ao Frodo (Senhor dos Anéis), ao Luke Skywalker (Star Wars), ao Harry Potter e ao Edward (Twilight), sobre as suas missões importantíssimas, com vista a salvar o(s) mundo(s)/universo(s). Frodo Baggins e Luke Skywalker recebem, bem, indicações de que as suas missões são grandiosas, logo, para continuarem, que o mundo precisa deles, e tal. Edward recebe apenas a ordem para deixar de cintilar, que também me parece acertada. Mas Harry, esse cancro da cultura e da "literatura" (inserir riso sentido), é posto ao mesmo nível de Baggins e Skywalker, com a hercúlea missão de destruir os/as hoarcruxes. A sério? Destruir vestígios de alma, ou lá o que sejam hoarcruxes, de um homem sem cara, sequer, só um oval com olhos, um buraco com dentes e duas narinas, que nem sequer conseguiu matar um bebé (fosse lá por protecção de um tio-padrinho-pai, ou fosse o que fosse... aquele homem não é suposto ser o feiticeiro mais poderoso do mundo?), e tem de andar os livros todos a ameaçar, para depois aparecer quase no fim e andar tudo ali numa demanda pelos pedaços de alma dele? Uau.
A espéce disto é simples, a argumentação é que foi demasiada: o Harry Potter é mau. É mau. Não é coisa de "verdadeiro" geek, nerd, seja-o-que-for. É só mau. É Lord of the Rings for Dummies, na melhor das hipóteses. Ponto final. Muito parágrafo.

Sunday 8 January 2012

Espéce trigésima sétima

Inunda-me de espéce, um torvelinho irritante cá dentro, sempre que ouço alguém, sobretudo nos meios supostamente eruditos e académicos a proferir "Fi-lip Lár-quing", quando se querem referir a Philip Larkin ("Fi-lip Lár-quin[e]"). Mais imbecil é, ainda, quando tantas dessas pessoas o citam e o referem como um dos seus poetas preferidos "de sempre".
Ainda que fosse por acharem que o homem é o rei (Lar-"king") dos poetas, não deixa de ser estúpido não saberem pronunciar o seu nome.

Wednesday 12 October 2011

Espéce trigésima sexta

Pois bem, antes de mais, um cumprimento a todos os (se é que existem alguns, ainda) leitores deste blog. Ele não morreu, feliz ou infelizmente, passa-se apenas que têm havido outras ocupações nas vidas dos seus autores/contribuintes/o-que-nos-quiserem-chamar, e temo-lo relegado para segundo (talvez mesmo terceiro ou quarto) plano. A ele e, enfim, a tantos outros blogs que mantemos. Pronto, passado este ponto, que não deixa de ser uma espécie de espéce, uma espéce bastante comichosa, para todos os efeitos, vamos ao que interessa.

A espéce de que gostaria de falar hoje - e é uma grande espéce, para mim - tem a ver com o ambiente universitário que se vive e se sente na minha querida e estimada Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade de Lisboa, doravante referida como fcsh-unl ou apenas fcsh. Pois bem, sucede que, tendo entrado para a mesma no distante ano lectivo de 2002-2003, o ambiente, nessa altura, era diferente. Não me quero dar o direito de estar aqui com juízos de valor mas, pronto, é o que se espera, neste blog. Logo, vá, eram, para além de diferentes, tempos melhores. Havia o MATA (Movimento Anti-Tradição Académica), havia professores a leccionar realmente as cadeiras/unidades curriculares/disciplinas para as quais têm formação académica e profissional, os alunos não partiam equipamento da faculdade, estavam nos cursos porque queriam estar, falavam com relativa paixão sobre os assuntos dos seus cursos uns com os outros, punham o lixo no lixo e, regra geral, recolhiam a loiça que levavam para as mesas da esplanada.

O que encontramos, hoje em dia, não tem nada a ver com isto. Os nossos ministros têm vindo a aumentar as percentagens de admissão às universidades, e isso é uma coisa boa, certamente. Mau é que essas percentagens não reflictam conhecimento, mas apenas facilitismo e embrutecimento da população - todos lá chegam, não porque sejam mais inteligentes ou porque trabalhem mais, mas somente porque as universidades se têm vindo a tornar cada vez menos exigentes, no que às médias de acesso diz respeito. Noto que, de ano para ano, os caloiros vão entrando cada vez mais ignorantes, sem conhecimentos básicos ou noções sobre o que quer que seja. Cada vez mais egoístas e mal educados, cada vez mais apenas preocupados com as cervejas que bebem e/ou o THC que fumam. Nunca, antes, tinha havido clareiras na esplanada, com todos os meninos bonitos a pegarem em mesas e a juntá-las umas às outras, sem necessidade, só porque têm um grupo de oito pessoas e "uma única mesa não chega", arrastando mesas pela esplanada como se fossem anti-girassóis, numa dança diurna, a fugir à luz do sol (percebe-se, sol com ganza cai muito mal, coitadinhos dos meninos!), deixando as mesas todas cheias de lixo (mesmo com fileiras de caixotes do lixo a dois passos) e sem recolher a loiça que trazem dos bares (porque é obrigação das senhoras da limpeza tratar disso, porque em casa também é obrigação dos paizinhos limpar tudo). Como se isto não bastasse, ainda se divertem muito, gabando-se disso, a partir os guarda-sóis que se vão instalando por ali, e que até lhes seriam bastante úteis no evitar de um périplo diário de fuga à luminosidade solar. Mas, pronto, confessemos, isto são os tempos, é assim que os miúdos/jovens/jovens-adultos de hoje estão a sair dos seus fornos industriais/lares.

Para mim, a verdadeira espéce, que acresce a toda esta urticária que me provocam todas as situações descritas supra, é a falta de paixão e interesse pelos cursos. A vida não é isso, para esta gente feliz e cheia de si mesma, claramente. A vida é falar muito alto, por todos os sítios na fcsh onde seja possível reunir-se um grupo de pessoas em convívio, falar, gritar, incomodar os circundantes, sem se ralarem com isso, pessoas muito seguras de si, sem medos, sem problemas mentais, sem recalcamentos, sem frustrações, pessoas felizes e realizadas, falar, conviver, estar ali, no fundo, como se aquilo fosse um café. Uau.

Há uns anos, ouviam-se pessoas conversar sobre temas dos seus cursos. E entre si, com verdadeira curiosidade, com verdadeira entrega e até ainda alguma ilusão. A ilusão (não me venham cá com tangas), se em quantidades certas, é boa. Alguma ilusão faz com que a vida valha um bocadinho mais a pena. Agora, estes miúdos só falam como se fossem pessoas muito básicas e muito limitadas, estupidificadas pela televisão e que comem tudo o que a publicidade lhes vende, conversando, praticamente, apenas e só sobre programas televisivos de alto gabarito intelectual, nomeadamente o "Secret Story", da TVI, o "Peso Pesado", da SIC (e todas as séries da sua variante americana original, cujo nome, confesso, me escapa completamente), sobre as mais recentes adições ao elenco da maravilhosa telenovela teen "Morangos com Açúcar", da TVI, ou as estreias de telenovelas da Globo em horário de almoço, na SIC. Quando estes assuntos se gastam (demora imenso, mas, caramba!, por vezes lá sucede findar-se este assunto), fala-se sobre as malinhas de mão que se compraram na Mango, na Zara, na H&M ou noutra superfície dessas, os ténis "brutalíssimos" que se adquiriram na loja da Nike ou da Reef ou da Adidas, os sapatinhos de salto stilletto que custaram os olhos da cara. No raríssimo caso de até estes profundos assuntos se esgotarem (deus nosso senhor nos valha!), pode-se ainda discorrer sobre aquilo que hoje em dia passa por música, ou, em último caso, falar-se de como a secretaria da fcsh é horrível e disfuncional, e do quanto se odeia o professor x ou y, que é mau e dá más notas e não sabe dar a matéria. Convenhamos: falar dos professores (queixarmo-nos dos professores) não é propriamente falar sobre as matérias. Disso nunca se fala, é tema tabu naquele estabelecimento (creio que em vários, neste momento, se não mesmo em todos). Os professores podem não ser perfeitos, mas estamos numa universidade, já não é suposto aparecer um senhor ou uma senhora que nos façam a papinha toda. O aluno, na universidade, deve ser, por ele mesmo, interessado e investigar o que tem de investigar. Para além disso, é só estupidez natural dos alunos que o fazem, porque os docentes da fcsh são, perdoem-me a parcialidade, dos melhores que existem nas universidades portuguesas.

Enfim, esquecendo toda esta hecatombe confusa que a espéce em questão provoca em mim, digo, apenas, que, numa universidade, tudo bem, há tempo para conversas banais, "de café", sobre assuntos corriqueiros, mundanos, ordinários (no sentido mais etimologicamente correcto do termo), vulgares, etc. Faz falta desanuviar, de vez em quando, certamente, estou de acordo. Mas, bolas!, ao menos de vez em quando falem do curso, caros meninos e meninas que têm entrado nos últimos dois anos para a fcsh... por favor. Pode ser? Falem dos cursos em que estão. A sério. Interessem-se por eles. Falem de literatura ou de filosofia ou de música ou de história ou de arte ou de geografia ou de ciência política ou de antropologia ou de sociologia ou (inserir nome de curso existente na fcsh-unl) como se REALMENTE gostassem disso. Como se DE FACTO isso vos importasse ou interessasse para alguma coisa. Não peço sequer paixão pelos temas dos cursos, mas, ao menos, um mínimo de interesse. Todas as pessoas dos nossos cursos estão ali connosco porque, supostamente, gostamos todos daquele tema, logo, porque não aproveitar essas pessoas para falarmos de coisas que realmente interessem? Caso contrário, acho justificável criar-se uma licenciatura em estudos de Secret Story, um mestrado em Peso Pesado, um doutoramento em sapatos de salto alto e/ou uma pós-graduação em malas da Mango.

Saturday 15 May 2010

Espéce trigésima quinta

Em primeiro lugar gostaria de declarar a minha espéce por não publicar no "Faz-me espéce" há já muito, porém não é essa a minha espéce reservada para a espéce trigésima quinta. Ora, a mim sinceramente faz-me realmente assaz espéce viver num país onde apenas se abordam, no seio popular, assuntos de três ordens: Política, Futebol e Religião. Para realçar esta minha espéce, tenho todo o prazer em referir João César Monteiro: "O serviço público (meios de comunicação) não devia existir, não serve para nada, não serve nada nem ninguém, não gosto de televisão, dispenso, só tem estória...."

Thursday 25 March 2010

Espéce trigésima quarta

Esta espéce é um dois em um. Primeiro, faz-me espéce que esta espéce me faça espéce há tanto tempo. Aliás, lembrei-me agora, é um três em um: faz-me espéce que esta espéce seja sempre mal interpretada. Mas o fulcro da espéce é, de facto, Leonor Borges. Que venho a descobrir ser amiga comum de facebook de alguns amigos. Que creio ter-se cruzado hoje comigo na faculdade. E que me incomoda. Que me incomoda bastante. E, não, eu já não a amo (daí a segunda sub-espéce). Mas não a quero na minha vida, nem assim, nesta meia distância. Esta criatura devia estar tão morta, factualmente, como o está no meu coração.

E, pronto, entendam o que e como quiserem. Já sei que nunca adianta de nada falar disto.

Friday 19 March 2010

Espéce trigésima terceira

Incomoda-me sobremaneira ser uma criatura de mil novecentos e oitenta e três que se encanta com muita facilidade por seres do sexo feminino que, por vezes, podem encontrar-se no limiar da maioridade, particularmente tendo efectuado um reingresso num curso onde a maior parte da fauna possuidora de vulva tem, precisamente, entre dezoito e vinte anos de idade. E o auge desta espéce dá-se quando, em convívio uma tarde inteira com Sara Marina Oliveira Bernardino, que, não o escondo de ninguém, me apraz assaz a vários níveis, passo o tempo a fazer ligeiras e não tão ligeiras insinuações a esse facto, que são constantemente goradas e cortadas pela raíz quando a bendita menina só responde na base do "eu quero um rapaz bonito e com barba QUE TENHA ENTRE VINTE E VINTE E DOIS" e do "devias arranjar alguém da tua faixa etária."
Ora, a minha faixa etária é inexistente, neste momento, pelo menos no sentido em que não conheci ainda ninguém que preencha esse requisito e, para além disso, esta coisa do encanto, tal como o amor e a paixão, não se controla propriamente. Ainda a acrescentar a esta problemática, dá-se que não sei ao certo como meter conversa e conviver com as donzelas que me são agradáveis em primeiro contacto visual, sendo que isso me restringe muito às pequenitas (não tão pequenitas, que me façam incorrer num processo-crime, também) que já conheço e com quem convivo mais frequentemente.

E, obviamente, faz-me espéce não ter ninguém na minha vida, uma espéce ulceral que me incomoda e me faz, bastantes noites, nem conseguir dormir.

Sunday 7 March 2010

Espéce trigésima segunda

Como alguns já sabem vivo, de momento e por motivos académicos (ou, de momento, semi-académicos) em Lisboa com o meu irmão e mais um colega/amigo. Entretanto, a casa onde coabitamos possui apenas um quarto (um T1, portanto) e esse mesmo compartimento está ocupado pelo meu irmão, pela sua cama e pela sua secretária. A sala, por sua vez está ocupada por mim e pelo meu colega, partilhando um beliche e um móvel de sala que serve de guarda-roupa e estante de livros (um multi-funções, meus amigos!). Não é que isto me incomode porque, na verdade, não incomoda mesmo. O que me incomoda é que o meu irmão queira mandar em tudo o que está adjacente à casa, e às pessoas que a habitam. Se ele tem um quarto só dele acho que deveria mandar no seu quarto e, eventualmente, dar umas opiniões sobre a casa de banho e a cozinha. Já sobre a sala, deveria limitar-se à sua passividade intelectual e dormir sobre os assuntos que o incomodem porque não são da conta dele!
Pronto, eu gosto de levar lá pessoas de quem gosto a casa que, eventualmente, podem acabar por pernoitar por lá caso haja autorização do meu amigo e colega de quarto/sala já que a esse sim, devo explicações.
Faz-me muita espéce que ele me venha mandar mensagens a dizer que isto ou aquilo não se volta a repetir só porque ele é dono e senhor do mundo. Eu também mando pessoas para o caralho, com murros no nariz, se for preciso.

Friday 5 March 2010

Espéce trigésima primeira

Ora bem, nestes últimos dias (aliás, nestas últimas semanas) tem chovido a cântaros e, como não aprecio andar com guarda-chuva - para evitar a peculiaridade semântica de "chapéu-de-chuva/chapéu" -, tenho caminhado por aí como um tresloucado, a apanhar com aguinha na cachola, coisa que me entristece deveras. Mas, enfim, não é isto que me causa espéce; o que sucede é que, lá está, há indivíduos precavidos e que prezam o seu estado de secura corporal e de indumentária, que vagueiam por essas ruas envergando os ditos guarda-chuvas, alguns deles de dimensões consideráveis. Mais uma vez, nada tenho a obstar em relação a isso, até enalteço essa atitude preocupada. O problema reside nisto: como não tenho essa barreira entre mim e a chuva, costumo tentar andar mais rente aos prédios, ou, quando possível, caminhar por sob galerias cobertas ou somente algerozes salientes que me protejam da pluviosidade. E sucede também que esses seres devidamente resguardados decidem passar também por baixo dos mesmos locais, em vez de andarem mais pelo lado de fora dos passeios, como se também tivessem necessidade disso, "empurrando" todos os utentes da via pública não-impermeabilizados para locais mais a céu aberto, onde acabarão por se molhar todos.

Senhores: se têm guarda-chuva, por amor da santa, ao menos deixem quem não tem resguardar-se o melhor possível, caminhando junto às paredes, e tentem facilitar mais o trânsito pedonal dessas pessoas.

Thursday 25 February 2010

Espéce trigésima

Esta espéce já devia ter sido publicada há umas semanas, quando retomei a minha vida académica. Coisa que, no fundo, não me faz absolutamente espéce nenhuma, é, aliás, uma coisa bastante boa.

A espéce em questão resume-se ao estado de espírito e forma como a grande fauna académica dos dias de hoje (já se passaram oito ou nove anos, desde a minha original entrada no mundo universitário), que exemplificarei com a situação seguinte: estava eu, vosso caríssimo, à procura da sala 43, sala que apenas esta semana sei onde fica, e onde teria Literatura Inglesa Contemporânea, até me aperceber do quão tarde já era, quanto tempo já tinha perdido na sua busca hercúlea, e tendo desistido dessa demanda, quando vejo o professor da cadeira propriamente dita sair do Bloco B2, cercado de perto por todo um séquito de crianças de 18 e 19 anos. Acerquei-me de uma criatura que me pareceu pessoa para ter estado na aula e inquiri-lhe amigavelmente se tinha, de facto, frequentado a supra citada aula do Professor Carlos Ceia, e se poderia, eventualmente, dar-se ao trabalho de me facultar quaisquer folhas e/ou informações que pudessem eventualmente ter sido divulgadas. Tudo isto, partindo do princípio de que as coisas são como eram antigamente, em que todos, ou a maior parte de nós (creio que mesmo todos) arranjavam apontamentos, folhas, informações e afins uns aos outros, quanto mais não fosse, na base do "se eu precisasse de pedir também gostava que me arranjassem isto, portanto, deixa-me facultar, fornecer, etc." Mas a jovem moça, olhando-me de alto a baixo, fez um esgar de superioridade e perguntou apenas "não foste à aula?", pergunta à qual prontamente respondi um sincero "não", só para ser presenteado com um desagradável "olha, FOSSES!", seguido de um voltar de face na direcção oposta e um abandono daquele mesmo espaço físico.

Se fosse há uns anos, e eu não tivesse aprendido certos comportamentos sociais, garantidamente que essa donzela teria que ter ouvido qualquer coisa como "olha, fosses mas era tu ao caralho."

Tuesday 8 December 2009

Espéce vigésima nona

Faz-me uma espéce mesmo muito aguda que algumas pessoas iluminadas, só por sentirem algum apreço por mim, ou acharem que o sentem, me estejam sempre a advertir em relação à pessoa por quem estou apaixonado e com quem me estou a envolver, só porque graças a uns outros idiotas têm uma imagem deturpada e falsa da rapariga em questão, e me dêem socos nas costas quando me vêem com ela, e passem a vida a mandar bocas e conselhos, do género "não te metas nisso, que vai acabar mal", e "homem que é homem tem juízo". Ou amigos próximos que falaram com essa pessoa na net, no passado, e só por terem pessoas comuns no mesmo passado acham que a pessoa não é indicada para mim, e que só me vai é fazer mal, apesar do bem que me vai fazendo por enquanto.

O que não me faz espéce absolutamente nenhuma é estar verdadeiramente apaixonado e feliz e a curtir todas as coisas boas que daí advêm.

Saturday 28 November 2009

Espéce vigésima oitava

Neste post gostava de incluir duas espéces, para poupar, e não ter toda uma série de artigos seguidos. Cá vai:

1. De forma muito geral, faz-me espéce que a igreja católica seja tão anti-homossexual, particularmente quando cerca de 45% (e estou a ser MUITO simpático) das pessoas que a formam - e que, segundo a própria igreja, SÃO Igreja - são, precisamente, homossexuais, ainda que, alguns, recalcadamente. E faz-me espéce que, graças aos meus antecedentes familiares, me venham com abaixos-assinados contra o casamento entre homossexuais, numa petição organizada e coordenada por elementos da igreja, dando-me uma seca de meia hora, que eu nem ouço, só para, no fim, dizer que não assino, deixando as pessoas escandalizadas.

2. Esta espéce ainda está muito patente, sendo que, ultimamente, tenho desenvolvido sentimentos de bastante afeição por uma criatura assaz interessante, especial, bonita, etc, e, quando saio com ela, geralmente para o bar onde, enfim, nos conhecemos, faz-me muita espéce a testosterona dos outros machos circundantes, que quase me queimam buracos na pele, com os seus olhares de "ai, seu patife, eu tinha visto esse mulherão primeiro!" Toda a situação de animal assanhado a defender a sua pseudo-propriedade me faz muita espéce, até porque não sou nada dessas merdas... e ainda gostava de acrescentar que me faz muita espéce todos os elementos do sexo masculino que dirigem a palavra à pessoa supra-citada acharem que a sua cara está no seu decote.

E, basicamente, é isto.

Tuesday 6 October 2009

Espéce vigésima sétima

Sendo eu um indivíduo que gosta de sair à noite, não sou propriamente a mais sociável das pessoas, gostando de sair apenas com um muito restrito grupo de pessoas. Diga-se, umas sete ou oito, e nem todas ao mesmo tempo (por impossibilidade de uns saírem ao mesmo tempo dos outros e por outros factores, dos quais não me lembro). Portanto, não sou muito aberto a que gente nova se junte ao grupo, para além de que sou muito rápido a julgar esses recém-adicionados elementos, pondo-me sempre numa posição talvez demasiado defensiva.
Agora, a questão é que me faz realmente espéce que pessoas se sentem à mesa comigo e com amigos, estávamos nós a conversar e a tentar conviver (e escrever), e a primeira coisa que um desses bonitos jovens diz é "não conhecia isto. Não é mau. Sabes o que é que falta aqui? Uma televisão.", sendo que suscitou logo o aval psicológico de outro ser, este do sexo feminino, mas nem por isso mais interessante, que acrescentou "ya, ou, ao menos, uma cena de vídeo, ou dvd!"

Faz-me espéce que, em sítios onde se está tão bem à noite, e que cumprem a sua função de bares e de locais de convívio, sempre com música tão boa, ainda por cima, alguns energúmenos achem que o que fazia ali falta era a estupidez de uma televisão. O que só me leva a pensar o que é que raio é que essas pessoas fazem, quando saem à noite... ficam a beber minis enquanto vêem televisão num bar?

Monday 5 October 2009

Espéce vigésima sexta

Faz-me espéce ter de ir para casa antes das duas da manhã, numa noite que podia ser bem mais longa só porque não tenho o raio da carta de condução ou, entretanto, uma emancipação que se veja ^^. Quero sair até às cinco da manhã sem que ninguém me chateie. Faz-me espéce chegar a casa sem sono e vir para o PC ouvir música quando se podia bem estar a conviver.

0.o crap!

Friday 14 August 2009

Espéce vigésima quinta

É sem grande prazer que anuncio neste local destinado ao efeito, que me faz espéce o 15 (quinze) de Agosto! Por diversas razões (duas mais concretamente!), a primeira é que há tourada pelo menos nas Caldas da Rainha e a segunda é porque é feriado sem que eu perceba muito bem porquê... Há ainda uma terceira razão, que se deve essencialmente à pronuncia do dito dia. Quinze de Agosto soa mal, pelo menos para mim...

Saturday 20 June 2009

Espéce vigésima quarta

Ao entrarmos nesta época do ano, o verão especificando mais, começo-me a assustar com os inúmeros anúncios não só televisivos mas também no próprio local da chacina, digamos assim... Estou-me naturalmente a referir a esse "espectáculo" tão aclamado pelo povo que é a tourada. E o que há dizer da tourada? Algumas coisas, e infelizmente coisas nada bonitas... Primeiro, há que dizer que a tourada faz-me realmente bastante espéce, mesmo muita... Depois ao pensar nos pobres animais, que vão ser massacrados para bel-prazer do público, vem-me uma enorme tristeza. Depois só há mesmo a dizer que a tourada é estúpida, sendo que ainda estou para descobrir donde vem a "arte" que tanta gente fala... Portanto ficam aqui alguns conselhos, sempre que vir uma praça de touros mande umas pedras com força, ou rasgue cartazes ou, se for meliante, escreva mesmo nas paredes da praça: "Isto é uma valente porcaria, animais!"...

Thursday 18 June 2009

Espéce vigésima terceira

Faz-me espéce o circo... em particular os animais que são enclausurados sem escrúpulos (parecem "Ruculusos", como oiço agora nesta bela melodia) e, muitas das vezes até maltratados, quando, no fundo, os palhaços é que deviam levar umas boas chicotadas por fazerem o terror das crianças... e nem colocam bolinha vermelha no canto do circo para alertar os progenitores do perigo eminente.

enfim, o circo está à porta de minha casa... que é como quem diz ao pé da casa do Toino da Pipa, e eu não fui, porque me fazem espéce algumas coisas que por lá se passam.

Tuesday 12 May 2009

Espéce vigésima segunda

Faz-me espéce não ter vagar para escrever no faz-me espéce, ainda para mais quando há tanta coisa na existência que me faz espéce. A existência faz-me espéce.

N.A.: Esta falta de "tempo" (não é falta de tempo, é mais falta de vagar, mesmo, por mais antiquada que a palavra pareça e seja, é também a que me parece designar melhor o que realmente sinto em relação a isto) para escrever no faz-me espéce, na verdade, e infelizmente, não se cinge a este blog... estende-se a todos os meus outros blogs e até mesmo ao que diz respeito a escrever em cadernos. Talvez até mais a escrever nos cadernos.

Sunday 19 April 2009

Espéce vigésima primeira

Faz-me espéce (mas uma espéce algo recheada de ódio) que crianças me tenham furtado uma das minhas bolas de malabarismo na sequência de uma pequena actuação enquanto animador da denominada "noite da almofada" no Complexo dos arcos em Óbidos. As crianças, entre os 3 e os 8 anos de idade, sensivelmente, por várias vezes tentaram roubar-me as bolas, aproveitando-se de uma distracção para as levar para casa descontraídamente. Recuperei quase a totalidade, no entanto, algum catraio mais fugitivo terá ficado com uma. Faz-me espéce que tomem as criancinhas por inocentes que não o são, de maneira nenhuma.

Espéce vigésima

De todas as coisas que me têm feito ou vão fazendo confusão, impressão, comichão, espéce, no fundo, esta é a primeira que me abalou mesmo muito... dá-se que, sem que eu entenda muito bem porquê, um dos meus blogs mais antigos, o exanimatus, simplesmente desapareceu. E o estranho, como disse acima, é que não faço a menor ideia de como isso se processou. Tenho a certeza absoluta de não ter sido eu a apagá-lo, até porque já não estou ébrio há bastante tempo, e só de há uns dias para cá dei pela falta do blog. Não sei se tal coisa se processou devido a um qualquer erro da blogdrive, embora me custe a crer nisso, já que eles têm bons servidores, e, caso acontecesse irem terminar o préstimo dos seus serviços de alojamento, com toda a certeza informariam os utentes do seu servidor; não sei se foi alguém com pretensas intenções de hacking, e, se foi, não percebo o porquê de me terem escolhido a mim; não sei se terá sido alguém num espaço público, ou assim, já que nunca deixo as minhas informações guardadas em computadores públicos, e faço sempre questão de me certificar que toda e qualquer sessão que tenha iniciado nos mesmos nunca fique ligada; não sei se terá sido alguém cá de casa, entrando na minha sessão, mas também não percebo porque raio iria alguém cá de casa apagar definitivamente um dos meus blogs, quando sabem que, na prática, para todos os efeitos, aquilo é "a minha vida"... e ainda por cima, o que custa, é que nunca guardo backups de texto nenhum, as coisas que ali tinha eram, na verdade, únicas, e perderam-se praticamente todas (ainda salvei alguns textos que estavam guardados em cache, na net, mas muito poucos)... a blogdrive diz que não pode fazer nada, portanto, decidi criar um novo exanimatus, do zero, no mesmo endereço. Mas o que se perdeu não deixa de me provocar uma imensa e tremenda espéce...

Sunday 1 February 2009

Espéce décima nona

Já agora gostava de deixar bem patente que me faz alguma espéce as pessoas que trabalham no negócio da restauração, nomeadamente as que exploram snack-bars e restaurantes, não saberem as marcas das coisas que têm expostas... é que eu, que não trabalho naquilo, é que não tenho obrigação de saber onde estão as coisas. E, geralmente, quando peço um pacote de batatas fritas específico (isto acontece mais com pacotes de batatas fritas e esse tipo de aperitivos), a pessoa anda ali a passear com a mão sobre uma panóplia de snacks diversos, a perguntar "é este?" vezes sem conta, como se fosse uma besta que não saiba ler, nem sequer para visualizar aquilo que ele próprio encomendou, não tendo nem um mínimo de conhecimento sobre as coisas que possui à venda no seu estabelecimento. As coisas mais vulgares sucedem quando se pede um pacote de Cheetos - dentro dos Cheetos, as diferentes variedades -, Fritos, 3-D, e demais snacks que surjam durante o ano (nunca sabem o que é, o que leva a indicações "geográficas" precisas de onde se encontra o pacote, ex.: "é esse pacote logo na primeira prateleira a contar de baixo, o terceiro da sua esquerda para a sua direita", ou a descrições do pacote, ex.: "são esses, do pacote cor-de-laranja com as letras brancas dentro da forma vermelha"), quando se pede um pacote de m&m's (deus nos livre sequer de especificar se são de chocolate ou amendoim!) e maltesers (coisa que quase sempre leva a uma procura nos escaparates dos snacks de batata e afins, seguido de um "não tenho disso", o que impõe que se diga "não são batatas, são uns pacotes de chocolate"), ou até quando se pede uma marca de barras de chocolate que exceda os usuais Mars, Snickers, Regina (e tem de ser só dos normais, se for de sabores eles já se perdem logo a procurar), Bounty (desde que se peça "Bu-ó-nti"), portanto, um Nuts, um Jubileu, um Toblerone, ou, algumas vezes, até o mísero Lion.

Senhores: quando encomendarem coisas, ao menos saibam o que têm nos vossos cafés/bares/etc, para não fazerem (mais) figura de parvos.

Espéce décima oitava

Acho que já devia ter colocado esta ulceral espéce, pois de facto faz-me tanta espéce, que muitas vezes até esbracejo a expô-la: faz-me tanta, tanta, mas TANTA espéce as pessoas que não sabem dizer waffle (uá-fâl), dizendo sempre qualquer coisa muito parecida com "wafer" (uei-fâr), portanto, algo ao estilo de "uei-fâl". O facto de a palavra ser escrita com dois ff faz automaticante com que o A tenha um valor fonético mais parecido com o "ah" português, do que com o "ei" inglês, portanto, deve ler-se realmente quase como se lê em português... "uá-fâl", ou, no máximo dos máximos, dar-lhe um valor de "o" e dizer "uó-fâl". Porque até quando tenho de pedir uma porcaria de uma waffle tenho de pensar duas vezes acerca do facto de o energúmeno que me está a atender ir perceber aquilo que estou a pedir, e se ainda por cima vai perder tempo a... "emendar-me" (ex.: "uá-fâl? Ah, uma uei-fâl, certo?") ou trazer-me um queque (muffin - "mâ-fin"), por achar a forma de dizer em inglês mais parecida com a minha forma (correcta) de pronunciar waffles. A sério... aprendam a dizer as coisas, que isto já me faz tanta impressão, que chega a magoar...

Friday 12 December 2008

Espéce décima sétima

Ora bem, existe este bar na localidade da Foz do Arelho, concelho de Caldas da Rainha, que possui toda uma panóplia de bares na sua marginal, junto da praia, duas ou três discotecas e o único bar de jazz da região Oeste, o Trombone, no centro da vila, onde costumo ir por vários motivos, entre eles o facto de passar música espectacular, ter um ambiente familiar e no entanto sofisticado, bebidas relativamente acessíveis e agradáveis e um atendimento quase personalizado. Acontece que já lá vou há uns anos e obviamente que comecei a desenvolver uma relação de semi-amizade com o dono, o Vítor, e a mulher, a Isabel. Agora, no início, ia lá com pessoas que, tal como eu, apreciam música mas não tocam nenhum instrumento e, para além dos dois anos miseráveis de educação musical, no quinto e sexto anos, não sabemos ler música. Neste momento, o grosso dos meus amigos são músicos ou pseudo-músicos, e faz-me bastante espéce ter de ir ao Trombone e ouvir um caloroso "então, e estes músicos, como é que vão? Bem, músicos, e um emprestado!"

Faz-me espéce ser um "emprestado".

Saturday 29 November 2008

Espéce décima sexta

É com grande mágoa que relato esta espéce, no belogue faz-me espéce, mas em todo o caso não posso deixar de referir que me deixa imensamente triste e deprimido saber que sou usado e deixo de ser usado seguidamente, tal como uma bola de futebol por algumas pessoas, que ainda por cima se indignam comigo. Ora, esta situação causa-me faz-me imensa espéce...

Friday 28 November 2008

Espéce décima quinta

Faço parte do grupo de pessoas que fará animação na Vila Natal de Óbidos entre 29 de Novembro e 4 de Janeiro, período no qual seria suposto haver refeições para nós, "trabalhadores/animadores". Faz-me espéce que as refeições sejam apenas sopa, por não haver refeições para todos e portanto apenas a sopa poder ser facultada e, não bastando isto, a cantina estará fechada na hora em que o turno em que trabalho entra para as suas funções e já também encerrada quando estas funções conhecem o seu término. Faz-me espéce não poder comer, portanto, nenhuma sopa durante este período. Uma falta de organização a registar.

Wednesday 26 November 2008

Espéce (autenticamente) décima-quarta

A minha espéce de hoje continua a ser referente a um evento passado no cinema do CCC (no fundo, no pequeno auditório, transformado, todas as Segundas-feiras, em sala de cinema), desta feita, aquando da minha ida, na Segunda, dia 24 de Novembro, ao mesmo, para ver The Tracey Fragments. O filme é mesmo genial, e desde já aconselho a todos que o vejam, mas não é isso que vem ao caso: o que se passa é que é um filme que requer alguma (muita, aliás) atenção, até porque há regularmente mais de cinco ou seis imagens ao mesmo tempo em ecrã, e ter de me preocupar com legendas não ajuda (felizmente mandei vir o dvd e esse problema das legendas será resolvido), portanto, seria de esperar que quisesse estar descansado, sem ter distracções na sala. Ora, tal não sucede na sala de cinema do Centro Cultural e de Congressos de Caldas da Raínha, pois parece-me que as filas de cadeiras ou não estão bem fixas ao chão, ou já o uso as foi soltando, e se alguém na fila se mexe, todas as cadeiras sofrem represálias desse mesmo movimento. Sucede que, na transacta Segunda-feira, demasiada gente parecia estar, e cito a minha mãe, com bicho-carpinteiro nos glúteos e/ou costas, pois passaram o filme todo a abanar-se, a compor-se, a traçar e a destraçar a perninha, a mexer em casacos, a tirar e recolocar cachecóis. Para além disso, a pessoa que foi comigo não estava claramente a apreciar o filme, até porque só quis ir pela ida aos bares que se seguiu ao visionamento cinematográfico. E, convenhamos, todas estas situações são de fazer uma incrível e comichosa espéce.

A ver se para a semana as pessoas já param quietas com os cuzinhos... ah, e, sim, eu escolhi uma fila quase vazia, mas parece que depois acabou por encher, portanto, não foi culpa minha, só para quem pudesse levantar esta questão.

Wednesday 19 November 2008

Espéce décima quarta

Antes de mais, faz-me espéce ser supersticioso e ter olvidado a espéce décima terceira, por via de represálias cármicas/kármicas de todo um alinhamento universal não favorável.

Quanto à espéce, em si, é referente ao facto de o meu Windows Media Player 11, através do qual ouço música no computador, e que prezo relativamente mais que o iTunes e/ou o WinAmp devido às informações automáticas que vai fornecendo, se enganar de forma constante e insistente nos nomes dos compositores no último álbum de Dead Combo, por mais que eu o corrija. Na verdade, o que mais me faz espéce é o energúmeno que submeteu as informações ao site gracenote, de onde o dito Windows Media Player retira as informações dos álbuns/artistas/músicas/compositores, pois essa criatura não sabe claramente escrever o nome "Gonçalves", sendo que um dos elementos do duo Dead Combo possui precisamente esse apelido, e dando-se ainda que o grosso das músicas é composto por ambos: Tó Trips e Pedro Gonçalves. Ora, a pessoa interessada em submeter informações, numa ânsia de se antecipar a alguém com uma ortografia mais correcta, apelidou o homem de Pedro "Gonsalves". E ter que andar sempre a substiuir o S por um C cedilhado faz-me muita, mesmo muita espéce.

Monday 17 November 2008

Espéce décima segunda

Faz-me espéce perceber que há coisas más que são imutáveis. Faz-me também uma enorme espéce que pessoas tenham falado comigo e eu com elas não me lembrando eu, neste momento, de nada.

Saturday 15 November 2008

Espéce décima primeira

Como primeira intervenção no blogue "Faz-me espéce", devo dizer que esta semana soube da morte trágica de um compositor jazzistico que gosto bastante chamado Esbjörn Svensson. Svensson é conhecido pelo seu trio formado desde 1990, o E.S.T. (Esbjörn Svensson trio), o trio conta ainda com a presença dos músicos Dan Berglund e Magnus Öström. Esbjörn trouxe novos ouvintes do jazz sem comprometer as suas origens jazzisticas. Dizia que "cada album é como um livro, com vários capitulos, para que se ouça por ordem, de inico até ao fim, como uma história". Deste cavalheiro posso fornecer o álbum "Strange place for snow" (2002) do qual devo dizer que está muito bem concebido, e onde explora os potenciais de todos os elementos (piano, contrabaixo e bateria). A mim faz-me bastante espéce que este cavalheiro tenha perecido, ainda por cima de uma forma estúpida (morreu quando mergulhava num lago perto de estocolmo), quando ainda muita coisa tinha para nos dar.

Tuesday 11 November 2008

Espéce décima

Tendo ontem ido ao cinema ao Centro Cultural e de Congressos de Caldas da Raínha (CCC), para (re)ver o filme Dead Man, de Jim Jarmusch, com Johnny Depp e Gary Farmer - entre toda uma outra panóplia de nomes frequentes nos filmes do senhor Jarmusch - deparei-me com a situação que em si me provoca espéce. Gosto do filme. Dos actores, com certeza, mas muito do realizador. Irei ver o Ghost Dog - The Way of The Samurai, só por ser do mesmo realizador, tal como vi Coffe and Cigarettes pelo mesmo motivo. Gosto do Johnny Depp, garantidamente que sim, gosto de bastantes filmes que vi, com ele nos principais papéis, mas nem por isso me babo com ele. Muito menos sinto um afluxo de sangue à zona pélvica quando o vislumbro. Agora, faz-me espéce que o pequeno auditório do CCC estivesse cheio de meninas malucas de estrogénio, para ver um filme independente, só porque era um filme com o Johnny Deep (sic). Felizmente, o filme também lhes fez espéce, pois sairam da sala a queixar-se que nunca tinham visto uma coisa "tão má". Que é para aprenderem. Pois que o Johnny Deep não faz só filmes comerciais e blockbusters de Hollywood.

N.B.: Clarifico, e espero que, pelo menos para algumas pessoas, de vez: o nome do cavalheiro escreve-se e lê-se DEPP (dois pp, não dois ee) ao invés de "deep" (fundo, profundo). "Dép", não "dip", ok? Grato pela atenção.

Monday 10 November 2008

Espéce nona

Faz-me espéce ver as crianças (e menos crianças) com necessidades educativas especiais a ser "integradas" no ensino regular, particularmente quando a toda a sua volta existem criaturas ditas "normais" que nada mais fazem, que não seja ridicularizá-las e ostracizá-las. Não, não sou a favor de que essas pessoas fiquem a vida inteira na "redoma" dos serviços especializados, mas esta "integração" (inserir riso sentido) faz-me claramente muita espéce.

Wednesday 5 November 2008

Espéce sétima

8º B. Pessoas que querem ir para a rua, não querendo antes sair mais cedo, porque o s'tôr deve gostar de se mexer, de jogar futebol, e se não gostar de futebol há-de gostar de basket, se não gostar de basket, caraças, pelo menos há-de gostar de rugby e - deus o não permita! - se não gostar de rugby, sequer, ao menos há-de gostar de correr, saltar em comprimento, em altura. Ora, o que o 8º B não sabe é que, durante o seu tempo de aluno dos segundo e terceiro ciclos e do ensino secundário, o s'tôr abominava educação física - não tendo nunca sentido sequer a sua falta quando deixou de a fazer, ao contrário de muitos dos seus pares. E o que verdadeiramente me faz espéce é o facto de as raparigas do 8º B (que foi quem ficou à conversa comigo no campo de jogos) não perceberem o que é que há para fazer, na vida, além de correr, jogar, saltar, dançar, pontapear esferas ou fazê-las passar por cestos. E ainda me faz mais espéce o facto de lhes ter respondido negativamente à questão "mas o s'tôr ao menos gosta de ver futebol?" e isso ter sido visto como um facto anti-natura.

Se calhar, eu é que me devia fazer espéce a mim próprio, sendo que aqueles pré-adultos fizeram com que o seu universo desportivo parecesse tão comum, normal e ordinário. E pensar isso faz-me, precisamente, espéce.

Monday 3 November 2008

Espéce quinta

Após uma breve introdução à portentosa turma do 6º C, faz-me espéce que uma aluna, em particular, tenha apenas perguntado se eu era casado, se tinha filhos, companheira ou namorada e me tenha pedido para fazer "assim com as mãos" (ipsis verbis: "Oh, s'tôr, faça assim com as mãos", colocando as mãos de palmas viradas para o seu rosto, de dedos abertos em direcção ao tecto). A Stéphanie faz-me espéce. Muita. E o facto de eu não lhe fazer espéce, tendo ela 14 primaveras, somente, mais espéce me provoca, sobretudo espéce do tipo A, mesmo daquela que causa asco e algum sabor de vómito a surgir na garganta.

Saturday 1 November 2008

Espéce quarta

Assumo desde já que me faz mesmo muita espéce ficar embriagado nos bares de amigos, particularmente se esses mesmos amigos por lá se encontram. Mais espéce, ainda, me faz se regurgito no mesmo espaço e me vou embora sem ajudar a limpar.

Espéce terceira

O meu telemóvel está com problemas ao telefonar. Não se consegue ouvir bem, nem falar de forma a que a outra pessoa oiça convenientemente, devido às interferências. Faz-me espéce que isso assim seja porque, muitas vezes, digo coisas más que as pessoas não ouvem e, então, voltam a telefonar.

Friday 31 October 2008

Espece segunda

Este post e criado para informar toda a comunidade e para os prevenir a nao utilizar o segundo macintosh do espaco net em Obidos (Macintosh 2). Faz bastante espece nao poder utilizar qualquer tipo de acentuacao, cedilhas, e inclusive ter de perder muito tempo procurando caracteres como os parentesis ou travessoes. Ter o teclado peparado para um ingles ou americano, faz-me espece, faz sim senhor.

Espéce primeira

Antes de mais, urge informar que abrimos este BELÓGUE no espaço NET da muy nobre e sempre leal villa de raiñas de Óbidos mas, como os PCs (Personal Computers) estavam todos ocupados, tivemos de ocupar os Macs. E, a mim, pessoalmente, faz-me espéce este teclado, pois se mostra rijo em demasia e não me dá jeito para escrever.