Friday 5 March 2010

Espéce trigésima primeira

Ora bem, nestes últimos dias (aliás, nestas últimas semanas) tem chovido a cântaros e, como não aprecio andar com guarda-chuva - para evitar a peculiaridade semântica de "chapéu-de-chuva/chapéu" -, tenho caminhado por aí como um tresloucado, a apanhar com aguinha na cachola, coisa que me entristece deveras. Mas, enfim, não é isto que me causa espéce; o que sucede é que, lá está, há indivíduos precavidos e que prezam o seu estado de secura corporal e de indumentária, que vagueiam por essas ruas envergando os ditos guarda-chuvas, alguns deles de dimensões consideráveis. Mais uma vez, nada tenho a obstar em relação a isso, até enalteço essa atitude preocupada. O problema reside nisto: como não tenho essa barreira entre mim e a chuva, costumo tentar andar mais rente aos prédios, ou, quando possível, caminhar por sob galerias cobertas ou somente algerozes salientes que me protejam da pluviosidade. E sucede também que esses seres devidamente resguardados decidem passar também por baixo dos mesmos locais, em vez de andarem mais pelo lado de fora dos passeios, como se também tivessem necessidade disso, "empurrando" todos os utentes da via pública não-impermeabilizados para locais mais a céu aberto, onde acabarão por se molhar todos.

Senhores: se têm guarda-chuva, por amor da santa, ao menos deixem quem não tem resguardar-se o melhor possível, caminhando junto às paredes, e tentem facilitar mais o trânsito pedonal dessas pessoas.

1 comment:

Mortir said...

Ainda acrescentaria aqui um alerta às pessoas que possuem "Chapéu" e tapam com ele o seu campo de visão, não só impedindo a fácil circulação dos "deschapelados" como também, eventualmente, chocando contra eles, de forma atroz e surpreendente.